sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Coco Chanel e Igor Stravinsky

Essa semana fui ao cinema assistir Coco Chanel e Igor Stravinsky e posso dizer sem sombra de dúvida que foi um dos, ou talvez o melhor filme que assisti em 2010.
Não sei bem explicar porquê, mas tenho algumas suposições:

1º A Gabrielle  Chanel mostrada no longa é bem o tipo de mulher que eu imaginei ter ela sido na vida real. Independente, forte, autoritária mas sem perder a delicadeza. Uma mulher que teve pulso forte para construir o império Chanel e também a sensibilidade para criar roupas que são verdadeiras “obras de arte”. (Sim, eu considero arte a moda de alguns estilistas, mesmo que o próprio Stravinsky e muitos que lerão esse texto discordem de mim.)

2º Falando em moda, o figurino é lindíssimo, também pudera, o filme leva o nome Chanel em seu título. Mas não pára por aí, Anna Mouglalis, que vive a estilista no longa exala elegância entre pérolas, listras, taileurs e muito, mas muito preto e branco, fazendo a gente até se questionar se é necessário ter outras cores no guarda-roupa.

3º A química da estilista com o músico, foi muito bem retratada, graças a uma atuação de excelência de Mouglalis e Mads Mikkelsen tornando o filme sensual, forte, real. Duas figuras cultas, arrogantes, de temperamento nada fácil, vivendo momentos ora de uma paixão tórrida, ora de ofensas mútuas que desvendam o mais íntimo de 2 artistas que no fundo possuíam uma boa dose de carência afetiva. Um precisava da companhia do outro, isso fica evidente nas cenas intercaladas da velhice de ambos traduzindo a solidão que a ausência trouxe aos dois.



A película ainda mostra a convivência conturbada de Stravinsky, a esposa doente, os filhos e Coco sob o mesmo teto. Como a estilista desejou e procurou até encontrar a fragrância perfeita para seu perfume Chanel nº 5. A belíssima encenação do balé A Sagração da Primavera em Paris, recebido com vaias pelo público e admiração por Coco. Uma montagem de cenas que trouxe riqueza ao filme dirigido pelo belga Jan Kounen, retratando Chanel com o requinte e a maturidade que ela merece. Na minha humilde opinião, a melhor, das 3 cinebiografias já dirigidas sobre a estilista.

Moda, sexo, poder, música são algumas palavras que traduzem bem Coco Chanel e Igor Stravinsky, e claro, paixão. A paixão que nasce entre os personagens. A paixão de Coco pelo que faz, em uma cena do filme ela diz que gosta de sentir o tecido para criar, ela não fazia croquis, ela criava costurando. Paixão de Stravinsky pela música que não o deixou desistir mesmo depois de vaias e críticas severas às suas obras. Paixão que o filme deixa em seus espectadores, porque eu confesso saí do cinema apaixonada.









 Em Cartaz no Cine Metrópolis às 19h até dia 17/12/2010.









Assista ao Trailer.


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