
Inverno da Alma é um filme que vai lá no íntimo do espectador. Eu sofri junto com Ree (Jennifer Lawrence), a adolescente de 17 anos que vive no interior dos EUA uma luta intensa para cuidar da mãe doente e dos 2 irmãos mais novos. Quase sem dinheiro para suprir as necessidades da casa, por vezes conta com a ajuda dos vizinhos para conseguir alimentar a família e os animais que restam. Mas como nada está tão ruim que não possa piorar, quando já estamos mais que comovidos com a humildade e força da personagem chega a notícia de que seu pai, fugitivo da polícia, deu a propriedade como garantia da fiança e se ele não se apresentar dentro de alguns dias para seu julgamento por cozinhar metanfetamina, o único bem da família lhes seria tirado. A partir de então Ree se divide entre seus afazeres já cotidianos e a busca pelo por seu pai, encarando as figuras mais temidas da região.
Debra Granik fez um belo trabalho. Cada seqüência é cheia de detalhes que dão um ar naturalista ao filme que Jennifer Lawrence se encarregou de dar alma. A atriz, que foi merecidamente indicada ao Oscar, construiu uma personagem complexa, que teve que aprender na “marra” a se virar sozinha. Desistiu do sonho de ir para o exército para cuidar da casa, e sabe que precisa ser forte e enfrentar o que for porque agora ela é a provedora. E mais, quer dar bom exemplo para os irmãos sempre, a fim de fugir da corrupção que assola sua família. Conselhos de efeito como quando diz para seu irmão: “Nunca peça o que deveria ser oferecido”, são constantes em suas falas.
Não vou me prolongar, mesmo porque Inverno da Alma precisa ser assistido para que se entenda qualquer texto escrito sobre ele. Faz jus ao título, é mais frio do que essas palavras que você está lendo na tela do seu computador. É para ser sentido embalado pelas canções melancólicas que completam o clima de uma história onde parece que o sol nunca dá o ar da graça.
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